O secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, criticou ao menos 20 municípios de Mato Grosso do Sul que atrasaram o início da vacinação de crianças, de cinco a 11 anos, contra a covid-19.
Ao Campo Grande News, ele ressalta que a primeira remessa de imunizantes pediátricos estava disponível por volta das 18h30 da sexta-feira (14), na Capital, e que as prefeituras municipais poderiam buscar os respectivos lotes para que, no sábado (15), fosse iniciada a imunização desta faixa etária.
Mostrou descompromisso de municípios, principalmente em relação à vacinação da covid das crianças. Não havia justificativa plausível para um município deixar de buscar as vacinas na sexta-feira e se preparar para vacinar no sábado e domingo.”
O titular da SES (Secretaria Estadual de Saúde) destaca que o município de Dourados, a 233 quilômetros de Campo Grande, buscou vacinas no dia seguinte à liberação e que só iniciou processo vacinal nesta semana. “O atraso na vacinação dá espaço para negacionistas e espaço para os antivacina, além de levar à possibilidade de casos de covid.”
A reportagem tentou contato com a prefeitura deste município, o maior do interior sul-mato-grossense, para que se posicionasse em relação a este assunto, mas não foi respondida até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para eventuais respostas.
No site oficial de notícias da prefeitura, foi dito que as vacinas chegariam no sábado e que a vacinação teria início nesta semana, com prioridade em “regiões com maior número de crianças que se enquadrem na faixa etária determinada pelo Ministério da Saúde”.
Conforme apurado pelo Campo Grande News, a campanha nesta cidade deverá ter início nesta terça-feira (18), quatro dias depois da chegada das vacinas em território estadual.
Adesão - Resende comenta que nesta terça-feira (18), novo lote com 18,3 mil imunizantes chegou a Campo Grande e que poderão ser resgatados pelas prefeituras ainda hoje, a partir das 14h. “Espero que todos os 79 municípios venham buscar, e espero que esse ‘puxão de orelha’ público em gestores municipais sirva para que possam se envergonhar e fazer a tarefa de poder aplicar a vacina em crianças.”
É inadmissível, em uma pandemia, com um crescimento esmagador da doença, com a variante Ômicron dominando em todo o País e predominante aqui no Estado, que municípios ainda retardem o processo vacinal, qualquer seja a faixa etária.”
Em relação à procura dos imunizantes, o secretário estadual avalia que esteja abaixo do ideal e que os habitantes têm de estar com a imunização em dia. “Ainda está aquém do necessário, nós temos uma parcela da população que irresponsavelmente não tem compromisso com a sua saúde, que não vão buscar dose de vacina e não fazem a segunda dose, dose de reforço.”
“Nem a metade dessas pessoas foram buscar a segunda dose. É a pessoa jogar no lixo a sua vida, é isso que está acontecendo em Mato Grosso do Sul. Não existe especialista em saúde pública, não existe gestor que possa fazer saúde pública com uma parcela da população tão irresponsável.”
(*) Colaborou Helio de Freitas, de Dourados. - CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS