O dólar apresentou uma alta expressiva nesta quarta-feira (29), ultrapassando a marca de R$ 5,60, impulsionado por um cenário de incertezas tanto no mercado interno quanto externo. As preocupações com as taxas de juros, aliadas à expectativa em torno do novo diretor do Banco Central, Gabriel Galípolo, são apontadas como os principais fatores para a valorização da moeda norte-americana.

A alta do dólar reflete as expectativas do mercado quanto às próximas decisões de política monetária, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. Nos EUA, a possibilidade de novas elevações nas taxas de juros pelo Federal Reserve aumenta a atratividade dos títulos norte-americanos, gerando uma fuga de capitais de mercados emergentes, como o Brasil.

Internamente, a nomeação de Gabriel Galípolo, ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda, para a diretoria do Banco Central, está sendo acompanhada de perto pelos investidores. Galípolo é visto como um nome mais alinhado ao governo, o que gera incertezas sobre a autonomia do Banco Central na condução da política monetária.

A combinação desses fatores tem gerado volatilidade nos mercados financeiros, com reflexos diretos na cotação do dólar, que chegou ao patamar mais alto em meses. Economistas alertam para os possíveis impactos dessa valorização no cenário econômico brasileiro, especialmente no que diz respeito à inflação e ao custo de importações.

O mercado agora aguarda os próximos passos das autoridades monetárias, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, para avaliar se essa alta do dólar é uma tendência de longo prazo ou apenas uma reação momentânea às incertezas do cenário atual.