Brasília, 10 de março de 2025 – A Polícia Federal realizou uma grande operação nesta segunda-feira (10) para combater a extração ilegal de ouro em terras indígenas e áreas de proteção ambiental na Amazônia. O esquema, segundo as investigações, tinha ligação direta com facções do narcotráfico, que utilizavam o garimpo clandestino como forma de lavar dinheiro e expandir suas atividades criminosas.
A operação, batizada de Ouro Negro, mobilizou mais de 200 agentes nos estados do Pará e Amazonas, resultando na prisão de 15 suspeitos e na apreensão de maquinários, aeronaves e armamento pesado. Segundo a PF, os criminosos utilizavam pistas de pouso clandestinas e redes de intermediários para escoar o ouro extraído ilegalmente, vendendo-o no mercado paralelo.
As investigações, que duraram cerca de seis meses, apontaram que o alto valor do ouro e a fiscalização insuficiente na região estimularam grupos criminosos a investirem na mineração ilegal. "Esse esquema não apenas destruía o meio ambiente, mas também financiava atividades do tráfico de drogas, fortalecendo ainda mais essas organizações", afirmou o delegado Ricardo Silva, responsável pelo caso.
Além dos impactos ambientais severos, como o desmatamento e a contaminação dos rios com mercúrio, as atividades do garimpo colocavam em risco comunidades indígenas, que denunciaram ameaças e conflitos armados na região. Lideranças indígenas alertam há anos para a crescente presença de grupos criminosos em seus territórios, tornando a situação ainda mais preocupante.
O ministro da Justiça, André Mendonça, reforçou a necessidade de combater essas redes criminosas de forma integrada. "Estamos intensificando ações para desarticular essas organizações, proteger a Amazônia e garantir a segurança dos povos indígenas. O crime organizado não pode se fortalecer às custas do meio ambiente e da população local", declarou.
As autoridades seguem monitorando a região e não descartam novas fases da operação. O governo também discute medidas para fortalecer a fiscalização e oferecer alternativas econômicas sustentáveis às comunidades afetadas, reduzindo a dependência do garimpo ilegal e enfraquecendo a influência das facções criminosas na Amazônia.