O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira um novo aumento na taxa básica de juros, elevando a Selic para 14,25% ao ano. O reajuste de 1 ponto percentual tem como objetivo conter a inflação persistente e reforçar a estabilidade econômica do país. Esta é a terceira alta consecutiva na taxa de juros, refletindo a necessidade de ajustes diante do cenário econômico global e doméstico.
A decisão já era amplamente esperada por economistas e analistas financeiros, que previam um ajuste dessa magnitude. No comunicado oficial, o Banco Central indicou que novos aumentos poderão ocorrer, mas em um ritmo mais moderado. A autoridade monetária destacou que a inflação segue acima da meta estipulada e que o controle dos preços é fundamental para garantir um crescimento sustentável da economia.
O governo federal, por sua vez, manteve sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2,3% para 2025, enquanto ajustou a previsão de inflação de 4,8% para 4,9%. O cenário de crescimento moderado tem sido impactado pela elevação dos juros e por fatores externos, como a desaceleração da economia global e novas tarifas sobre exportações brasileiras de aço e alumínio para os Estados Unidos.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) também revisou sua projeção para o Brasil, reduzindo a expectativa de crescimento do PIB de 2,3% para 2,1% em 2025. Segundo a entidade, a política monetária mais rígida e as barreiras comerciais impostas por mercados estratégicos podem limitar o ritmo da recuperação econômica do país. Além disso, as novas previsões do mercado financeiro indicam um leve ajuste na expectativa de crescimento, com a projeção do PIB passando de 2,01% para 1,99%.
O impacto da alta da Selic também já se reflete no setor produtivo e no consumo. Com o encarecimento do crédito, empresas e famílias enfrentam maior dificuldade para obter financiamento, o que pode reduzir investimentos e desacelerar a atividade econômica. No entanto, o Banco Central reforça que o controle da inflação é prioritário para evitar efeitos adversos de longo prazo.
Com a nova elevação, a Selic atinge seu nível mais alto desde 2016. Especialistas do mercado acreditam que o ciclo de aperto monetário pode estar se aproximando do fim, mas alertam que novas decisões dependerão do comportamento dos índices de inflação e da evolução do cenário fiscal nos próximos meses. A próxima reunião do Copom, prevista para maio, será decisiva para definir os rumos da política monetária brasileira.