Aprovada por oito em cada dez brasileiros, conforme pesquisa do Instituto Datafolha, a internação involuntária de dependentes químicos foi ampliada por Lei Federal vigente há um mês, mas o principal número segue inalterado em Mato Grosso do Sul: são apenas 32 leitos.
“Os leitos para internação involuntária seguirão o mesmo fluxo para internação voluntária. Temos 20 leitos disponíveis para internação involuntária, já contando com as internações para álcool e outras drogas”, informa a SES (Secretaria Estadual de Saúde). Esses leitos ficam em Paranaíba, a 422 km de Campo Grande. No HR (Hospital Regional) Rosa Pedrossian, a SES informa que são 12 leitos para a internação com autorização judicial.
A reportagem também questionou a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) sobre a quantidade de leitos disponíveis para a internação involuntária pelo SUS (Sistema Único de Saúde). A resposta foi 12 leitos no HR (Hospital Regional) Rosa Pedrossian, 20 no Caps AD (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas) e 15 na Unidade de Acolhimento (extensão do Caps AD).
Contundo, as vagas no Caps são para paciente em momento de crise, com permanência no período noturno por 15 dias. Enquanto a internação involuntária deve durar ao menos 30 dias para que o paciente possa migrar para o atendimento de forma voluntária. Desta forma, restam as 12 vagas no Hospital Regional.
“Não adianta só ter a lei, mas se não tivesse a lei seria pior. Não houve preocupação nem do poder público e nem da rede privada em fazer locais específicos para isso”, afirma o médico psiquiatra Marcos Estevão dos Santos Moura, que também é vice-presidente do Cead/MS (Conselho Estadual de Políticas Públicas Sobre Drogas).
Conforme o médico, a experiência mostra que, quando bem trabalhados,30 dias de internação involuntária levam o paciente a aceitar o tratamento. Marcos Estevão destaca a redução de leitos psiquiátricos em Campo Grande, com o fechamento do setor na Santa Casa, no ano de 2017.