O PSDB está de olho na vaga para vice-prefeito de Campo Grande nas eleições de 2020. A estratégia do ninho tucano já faz parte dos planos de fortalecer o partido visando às eleições estaduais de 2022.
Além da eleição para o Executivo de Mato Grosso do Sul, a sigla também está de olho na única cadeira para o Senado Federal que estará em disputa, com o fim do mandato de Simone Tebet (MDB).
O governador Reinaldo Azambuja deverá ser um dos candidatos ao Senado; para isso, o PDSB trabalha a fim de ampliar as bases e fortalecer suas pretensões. Ele terá de renunciar ao cargo para o qual foi reeleito. Assim, o comando do Estado ficará nas mãos do hoje vice-governador, Murilo Zauith (DEM), que também é o titular da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra). Também há possibilidade de Zauith ser candidato ao governo nas próximas eleições.
O PSDB, porém, não quer deixar de estar presente no maior colégio eleitoral do Estado, Campo Grande, e aí é que entra a figura do vice. Enquanto os demais partidos “patinam” até para encontrar um candidato a prefeito, a legenda tucana teria encontrado quem poderá representá-la na Capital na época da sucessão estadual.
O nome mais forte é do secretário especial do Governo Carlos Alberto de Assis – ex-titular da Secretaria de Administração e Desburocratização (SAD) –, que foi designado por Azambuja para ser o representante do Estado na parceria com o município.
Outros nomes se articulam para ocupar o espaço, como o presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, vereador João Rocha, e ainda o presidente do PSDB municipal, vereador João César Mattogrosso, e os deputados federais Beto Pereira e Rose Modesto.
PROXIMIDADE
Secretário de Administração e Desburocratização na primeira gestão de Reinaldo Azambuja, Carlos Alberto é um dos integrantes do núcleo mais próximo do governador.
O fato de atuar na gestão pública já há algum tempo – exerceu outras funções, como a de presidente da Fundação de Esportes de Campo Grande – e de ter estreitado o relacionamento político de forma macro, uma vez que foi presidente municipal do PSDB, também pesa. Assis vem desempenhando as funções no desenvolvimento do projeto Juntos por Campo Grande I e II, em parceria com a prefeitura, na chamada “medida certa”, pois está mantendo os laços com o PSD, de Marcos Trad, sem nenhuma crise ou “ciumeira”.
Caso seja oficializada aliança com o PSD para reeleição de Marcos Trad, o nome de Carlos Alberto deverá ser a escolha para a vaga de vice. Uma de suas funções como representante do governo no projeto Juntos por Campo Grande é acompanhar a realização de obras no município em que há investimentos do Executivo estadual. Assim, têm sido constantes suas visitas sozinho às obras ou em companhia do prefeito Marcos Trad (PSD), nos serviços que vão desde a área de infraestrutura até ações no campo da política social. Desde julho, Assis é assunto em reportagens publicadas no site oficial do governo do Estado, sempre durante as visitas nas obras ou em agendas oficiais representando Azambuja e ainda em reuniões diversas.
Em que pese o trabalho realizado por ele, a cadeira de vice-prefeito também está na mira do vereador João Rocha, presidente da Câmara Municipal de Campo Grande. Nos bastidores, a informação é de que ele trabalha para que seja confirmado dentro do partido para formar chapa de reeleição com Trad. Deverá, contudo, enfrentar dificuldades, pois há alas no partido que defendem que continue atuando no Legislativo.
Ocorre que Assis já abdicou de algumas pretensões atendendo aos interesses do partido. Ele foi cotado para disputar uma cadeira na Câmara Municipal de Campo Grande, na Assembleia Legislativa, e até mesmo a prefeitura da Capital, porém, foi chamado para auxiliar administrativamente o governador e, juntamente do ex-secretário de Governo e atual presidente estadual do PSDB, Sérgio de Paula, foi responsável pela reeleição de Reinaldo Azambuja.
Ele foi também o coordenador da campanha eleitoral de Rose Modesto à prefeitura em 2016, levando-a para o segundo turno. Caso a dinâmica da política não mude no atual quadro, Assis deverá ser lançado como candidato a vice-prefeito da Capital.
O presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, João Rocha, destacou que o governador já se manifestou com relação a Campo Grande, mas tem de analisar se o prefeito Marcos Trad vai concordar em compor a chapa de reeleição com um nome tucano.
“Se as coisas acontecerem, podem se cristalizar em uma coligação. Para que aja um casamento, há necessidade de que as duas partes queiram. O prefeito pode dizer que não quer”, destacou o vereador.
Rocha destacou que, por mais que a Executiva nacional oriente os partidos, a definição em Campo Grande não pode excluir a situação regional do partido.
FALTA DEFINIR
A possível aliança para a reeleição do prefeito Marcos Trad (PSD) depende de aprovação do partido tucano, que em 2022 deve lançar o governador de São Paulo, João Dória, como candidato a presidente do País.a