Interior

Paciente renal denuncia que van da Saúde é usada para carona e sacoleiros em Porto Murtinho

Ele faz hemodiálise e tem de deixar a acompanhante por falta de espaço no veículo



Foto: Divulgação

Paciente renal denuncia que a van da Secretaria de Saúde, destinada a levar pacientes de Porto Murtinho a unidades de saúde no estado, vem sendo usada irregularmente. Ele conta que faz hemodiálise em Campo Grande, mas precisa deixar a acompanhante porque o veículo dá carona para pessoas que vêm fazer compras na Capital.

A situação, diz o denunciante, ocorre há mais de um mês e as reclamações para autoridades não surtiram efeito. Ele detalha que sai de Murtinho às quintas-feiras às dez da noite.

''Chego às 4h30. Entro na máquina [de hemodiálise] às 7h e saio às 11h. Daí fico esperando a van, que chega às 16h40. Aí vem sem espaço por causa das sacolas de compras das pessoas. Toda semana é desse jeito'', desabafou o paciente.    

A distância entre Murtinho e Campo Grande é de 466 km, o que demanda - pelo menos - seis horas de viagem.
''São pessoas que não são doentes, teve um dia que vieram três hippies'', reclama o morador.

Ele lamenta ter de deixar a acompanhante por falta de espaço na van e que sempre é questionado sobre isso no hospital, já que como portador de uma doença grave, precisa de suporte.  

Entramos em contato com o gabinete da Prefeitura de Porto Murtinho, mas ainda não tivemos resposta.

Outro caso

Em 2015, uma ambulância da cidade foi flagrada entregando um fogão em uma residência da cidade. Uma moradora gravou vídeo com o flagrante e denunciou o caso às autoridades.

Resposta

A Prefeitura de Murtinho disse que a van da Saúde só transporta pacientes que estão na lista e exige informações como nome, locais das consultas e documentos.  No retorno à cidade, foi informado que são transportados pacientes que, por ventura, estejam de alta hospitalar ou que ficaram em Campo Grande para hemodiálise.

''Quanto às compras, precisamos que nos prove, pois nem um paciente faz compras e encheu a van de mercadorias, nem tão pouco carona. Se está acontecendo isso aqui na Secretaria Municipal de Saúde ainda não foi formalizado nem uma denúncia deste tipo", diz.

Ainda segundo a nota, transportes de mercadorias só ocorrem - de vez em quando - para trazer produtos para abastecer o Hospital Municipal Oscar Ramires Pereira.