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Maria sonhava em ter uma família e adoção veio de presente aos 18 anos

A gente aprende todos os dias com elas, é um aprendizado', também declara Ana Lucia



A família no aniversário de Maria Eduarda. Papéis de adoção ficaram prontos no mesmo dia. (Foto: Arquivo Pessoal)

Uma das coisas que a estudante Maria Eduarda nem esperava mais, era ser adotada na adolescência. A família nova veio de presente de aniversário de 18 anos. De acordo com a mãe, a advogada Ana Lucia Contini, a oficialização da adoção veio justamente na mesma data. Além dela, os demais cinco irmãos mais novos também ganharam uma nova família no mesmo período. “É uma alegria que nem dá pra explicar', declara Maria Eduarda.

Ana Lucia e o marido, o funcionário público Thiago de Jesus Theodoro da Cunha, tentaram ter filhos durante dois anos. “Infelizmente, nesse tempo todo não deu certo. Então foi assim que partimos para a adoção', explica Ana Lucia. O casal seguiu os procedimentos legais, realizaram o curso de adoção e chegaram ao consenso de adotar uma menina na faixa etária de zero a oito anos de idade. “Depois disso, a gente só ficou esperando pelo telefonema', detalha.

Foi na pandemia que o casal soube de um grupo de irmãos que estavam disponíveis para adoção. Eram seis crianças divididas em duplas, a mais velha de 17 anos, com uma irmã mais nova de 7, um de 15 anos com a irmã de 5 e dois meninos de 10 e 11 anos. Isso aconteceu por meio de um grupo de apoio à adoção, conhecido como Busca Ativa, onde pessoas se juntam para divulgar oportunidades de adoção e acelerar os processos.

“A juíza insistiu que eles seis fossem adotados juntos, na mesma época', explica Ana Lucia. “Quando a gente encontrou com Maria Eduarda, ela disse que queria muito ser adotada, mas já estava rendida que não ia mais acontecer para ela. Além disso, o que pesou também é que adolescentes depois dos 18 anos têm de deixar o abrigo e ficam por si só. Isso tocou muito nosso coração, então a gente decidiu adotar as duas', comenta.

As crianças eram do interior de São Paulo, então as primeiras aproximações aconteceram por vídeo chamada. “Nós ficamos um tempo com elas presencialmente em uma chácara. Depois, a juíza nos concedeu guarda provisória por um mês, que foi estendida por mais um mês, até que então elas vieram aqui para casa definitivamente', relembra Ana Lucia.

Ainda de acordo com a advogada, a adaptação foi muito rápido. “A mais nova se enturmou bem rápido, é como se ela sempre fosse parte da família. Maria Eduarda que demorou um tempinho, ela é um pouco mais tímida, foi com o tempo que ela conseguiu ir se expressando melhor', comenta.

E adaptação à “cidade grande' também foi mais uma novidade na vida das meninas. “Quando eu cheguei aqui em Campo Grande, nunca tinha andado de elevador e de escada rolante. No começo eu fiquei com medo, mas agora já consigo', comenta Maria Eduarda.

As duas ainda matem contato com os irmãos. Cada dupla foi para uma cidade, mas graças à tecnologia, o contato não se perdeu. “É um alívio saber que eles estão bem, que também estão gostando das famílias', declara. E para os pais, a felicidade veio em dose dupla. “A gente aprende todos os dias com elas, é um aprendizado', também declara Ana Lucia.