O combustível está caro, o poder de compra do brasileiro está corroído pela inflação e disso todo mundo já sabe. Neste momento, uma série de teses estapafúrdias são levantadas por “especialistas da internet” para poupar dinheiro, como misturar diesel na gasolina, que a Mobiauto já contou em outro artigo.

Outra é a instalação de GLP no carro. Não confunda as siglas: GLP, o Gás Liquefeito de Petróleo e famoso gás de cozinha, e não GNV, o Gás Natural Veicular, que é usado comumente nas conversões e permitido pela legislação. 
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Já a modificação para uso de GLP ou gás de cozinha é proibida e pode colocar todos os ocupantes do carro em perigo.

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Riscos de usar GLP no carro
  

Os riscos de adaptar um veículo para rodar com GLP são vários. Vale lembrar que ele é um composto diferente do GNV. Ele é encontrado em estado líquido e originado do butano e do propano, enquanto o gás natural é, de fato, gasoso e tem como base etano e metano.

Simplificando: nenhum veículo está preparado para funcionar abastecido com GLP.

O uso do gás de cozinha como combustível é proibido por lei e as instalações desses kits são caseiras e não cumprem normas de segurança. O botijão convencional, por exemplo, é construído para ser mantido em situações estacionárias, não sendo tão resistente quanto o cilindro de GNV.

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Dessa forma, pode não suportar o trabalho e se romper, colocando a vida de todos os ocupantes em risco. Para piorar, os outros componentes do sistema, como mangueiras e conexões, que são montados através de gambiarras, não têm certificação e podem vazar gás, colocando novamente todos em perigo.

Falando do veículo, este terá vida útil reduzida. Como dito acima, GNV e GLP são compostos diferentes. A instalação do último é improvisada e o motor não estará preparado para trabalhar com esse tipo de combustível.

Por ser seco, o GLP não contribui para a lubrificação como a gasolina, o diesel ou o etanol, o que é crucial para o funcionamento do motor - e a Mobiauto já contou neste Mobidicas. Assim, o motor despreparado pode até fundir pelo atrito constante entre pistão e camisa dos cilindros. 

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Já os demais componentes são mais exigidos por não serem adequados para o trabalho e se desgastam mais rapidamente.

Proibido por lei
O uso do GLP como combustível em carros foi comum no Brasil durante a década de 1980. Assim como hoje, a instalação era caseira e foi proibida pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito) na resolução 673, sendo considerada infração grave com cinco pontos na CNH e multa de R$ 195,23.

Imagens: Tribuna do Norte (destaque) / Shutterstock (botijão GLP) / Divulgação (kit GNV)