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‘JN’ tem um janeiro complicado e estica sua crise no Ibope

A reação do ‘JN’ no Ibope depende bastante da política



Bonner e Renata: ‘JN’ sofre com o desinteresse do público. Foto: Reprodução/TV

Quem vê William Bonner calmo e, às vezes, até debochado na bancada do ‘Jornal Nacional’ não imagina que sobre a cabeça dele há uma espada. Essa ameaça tem nome: audiência. Ou melhor, nome e sobrenome: audiência baixa.

O ‘JN’ vive um janeiro tenso no Ibope. As primeiras 15 edições do mês renderam média de 22.3 pontos. Em 2021, a aferição da mesma quantidade de exibições rendeu 26.6 de média. A diferença de 4.3 pontos representa 884 mil telespectadores a menos somente na Grande São Paulo. Uma perda relevante de público.

Esse início difícil de 2022 é uma continuidade da crise de audiência instalada no ano passado, quando o ‘JN’ teve o pior desempenho de sua história. Fechou o ano com média nacional de 24.5 pontos – 3 a menos do que 5 anos antes (2016) e 8 pontos atrás do índice de uma década atrás (2011).

O telejornal costumava herdar bom público da novela das 19h e era sintonizado por quem ficava à espera da trama das 21h. Mas, no momento, tanto ‘Quanto Mais Vida, Melhor’ como ‘Um Lugar ao Sol’ estão com índices bem abaixo da expectativa. A Globo sofre com uma surpreendente debandada de noveleiros.

Em 2020, o ‘JN’ registrou números elevados no Ibope por conta da cobertura do início da pandemia de covid-19. Frequentemente marcava média diária acima de 30 pontos. O isolamento social fez mais gente ficar em casa e buscar informações na TV.

Agora, o clima é outro. O contágio descontrolado da variante Ômicron não surte o mesmo efeito. A maioria das pessoas já se acostumou com a situação e não há tanto interesse por matérias sobre a interminável crise sanitária do coronavírus. Além disso, cresce a concorrência da TV paga, de plataformas de streaming e canais de YouTube.

A reação do ‘JN’ no Ibope depende bastante da política. O noticiário sobre a corrida à Presidência, ainda morno neste começo de ano, poderá render pontos extras. A guerra entre Bolsonaro, Lula e os candidatos da Terceira Via certamente vai despertar a atenção do público e levar de volta ao telejornal parte dos telespectadores perdidos.

A partir de março, o aguardado remake de ‘Pantanal’ – grande aposta da Globo para recuperar a faixa das 21h – também deve gerar mais TVs ligadas e, consequentemente, contribuir para a recuperação da audiência do noticioso comandado por Bonner e Renata Vasconcellos.